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sábado, 26 de janeiro de 2013


Insegurança

Assalto a ônibus tem aumento de quase 50% em Fortaleza

Andar de coletivo na Capital tornou-se tarefa árdua. O medo de assaltos impera em qualquer horário
O Sindiônibus garante que, até o fim do mês, haverá uma reunião com a Secretaria da Segurança Pública do Estado do Ceará para discutir a viabilização de um plano de ações de segurança nos coletivos da Capital Foto: Alex Costa
Contando com a sorte. É assim que motoristas, cobradores e usuários do sistema de transporte coletivo de Fortaleza vivem diariamente. De 2011 a 2012, os assaltos a ônibus na Capital cearense subiram quase 50%. O número saltou de 279 ocorrências em 2011 para 557 no ano passado. Por mês, foram 23 em 2011, contra 46 em 2012. Os dados são do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).

O medo de assaltos predomina em todas as linhas que compõem o sistema. Motoristas pedem mais segurança. Até sugerem escolta particular. Os empresários garantem que a responsabilidade é do Poder Público. E, no meio dessa queda de braços, a população.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), Domingo Neto, cobrador de formação, falta segurança nos coletivos, mesmo com a existência de câmeras. Ele mesmo já foi vítima de quatro assaltos durante o trabalho.

"Contamos com a proteção divina. Não temos segurança quando estamos trabalhando e a população fica à mercê dos assaltos", comentou. Neto garante que os números de assaltos são bem maiores do que se pensa. "O Sindiônibus divulga um número, mas nós sabemos que é muito maior do que isso", completa.

Na outra ponta desse "cabo de guerra" fica o sindicato patronal. Segundo a assessoria de comunicação do Sindiônibus, somente nos últimos oito anos, foram investidos R$ 30 milhões em medidas de segurança.

A assessoria acrescenta que foram implantadas as áreas de bilhetagem eletrônica, que diminuiu consideravelmente o numerário nas mãos dos cobradores, foram instalados cofres de segurança em cada veículo, além de duas câmeras de filmagem - em alguns o número de câmeras é de quatro unidades.

Outra medida foi a implementação de GPS em toda a frota de 1.800 carros. Segundo a assessoria, todos os ônibus têm acompanhamento de equipes do Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e Sindiônibus sistematicamente. "O Sindiônibus sabe que não é uma situação confortável, mas os assaltos diminuiram consideravelmente desde 2004", afirma o órgão, em nota.

Para o Sindiônibus, desde 2004, a incidência de assaltos caiu. "As estatísticas mostram uma evolução positiva em relação ao quadro histórico", revela a assessoria de comunicação.

Os números de 2012 pioraram somente em relação aos dois melhores anos citados no levantamento. Mesmo assim, garante o Sindiônibus, foi o terceiro melhor resultado dos últimos nove anos.

Em 2004, foram 3,1 assaltos diários na Capital, 93 por mês e 1.117 no ano todo. Em 2012, foram 547 assaltos em todo o ano, segundo o levantamento. Ao mês, foram registrados 46, com uma média diária de 1,5 assaltos por dia. As estatísticas de assaltos a ônibus em Fortaleza, trabalho feito pelo sindicato patronal, revela uma queda de 50% em relação ao período de início do trabalho. O levantamento revela, ainda, que os meses de novembro, dezembro, janeiro e maio registram um maior grau de violência dentro dos coletivos da Capital.

O Sindiônibus acrescenta que, até o fim deste mês, haverá uma reunião com a Secretaria da Segurança Pública do Estado do Ceará para discutir a viabilização de um plano de ações de segurança nos coletivos da Capital.

No meio da discussão, a população reclama. "Nunca fui assaltada, graças a Deus. Mas conheço muita gente que foi, principalmente na linha do Grande Circular", disse Liliane dos Santos, doméstica, usuária da linha e moradora da Praia do Futuro.

Manifestações
A cada domingo, representantes do Sintro visitam os terminais rodoviários de Fortaleza. Eles querem alertar a população para o perigo a que estão expostos diariamente ao usar os ônibus para se locomover.

A manifestação dos rodoviários acontece a partir das 10h, aos domingos, em todos os terminais da cidade.

ELIELDO TRIGUEIROESPECIAL PARA CIDADES

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