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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Internação à força em SP começa com protesto



Cerca de 40 pessoas, de movimentos sociais e religiosos, protestaram contra a internação de dependentes químicos

Os manifestantes portavam faixas em frente ao Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), no Centro da capital FOTO: AGÊNCIA ESTADO

São Paulo. O programa de internações involuntárias de dependentes químicos em São Paulo começou com protestos ontem. Com cartazes que traziam inscrições como "somos contra políticas higienistas", um grupo de 40 pessoas, ligados a movimentos sociais e entidades religiosas, fizeram uma manifestação em frente ao Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), no Centro da capital.

Os manifestantes cobram do governo uma política humanitária no combate às drogas e avaliam que a internação compulsória não é eficaz no tratamento de dependentes químicos.

O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, considera que a iniciativa do governo estadual é "drástica" e não eficaz. Segundo ele, o governo de São Paulo deveria colocar assistentes sociais e psiquiatras nas periferias de São Paulo, e não concentrar o atendimento em um único centro de referência. "Há uma carência de atendimento social na cidade. Essa é uma medida drástica e bombástica, que quer facilitar algo que é ineficaz", criticou o padre.

O padre Raniel, da Fraternidade do Caminho, considera que a medida é opressora e atenta contra a dignidade do dependente químico. Para ele, é necessário dar o poder de escolha ao dependente químico. "A igreja quer respeitar a dignidade do ser humano. Que ele tenha o poder de escolha, que ele possa se recuperar da dependência química", afirmou o padre Raniel.

O governo de São Paulo decidiu internar compulsoriamente dependentes químicos para tentar dar um fim à cracolândia. A medida é parte de uma ação integrada com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No programa, após serem abordados por agentes nas ruas, os dependentes são levados para o (Cratod), onde passarão por uma avaliação médica.

No Cratod, haverá juízes e promotores de plantão, das 9h às 13h, para atender medidas de urgência em casos de necessidade de internação compulsória.

Após receber o primeiro atendimento, o dependente será avaliado por médicos que vão oferecer o tratamento adequado. Caso o usuário não queira ser internado, o juiz poderá determinar a internação imediata, desde que os médicos atestem que a pessoa não tem domínio sobre suas saúde e condição física.

Balanço divulgado recentemente pela Secretaria de Justiça do Estado aponta que 1.363 dependentes já foram internados voluntariamente. Também foram presas 762 pessoas.
 
Fonte: DN

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