SENTIMENTO DA TROPA APÓS A MORTE DE UM COMPANHEIRO…
Sei que é
muito difícil a perda de um colega para uma ação descabida de um
marginal. O sentimento da tropa é de revolta, todos querem acabar com a
personificação do mal (os criminosos). Nesta hora todos nos tornamos
carrascos da sociedade, queremos fazer “justiça” mesmo que seja de forma
injusta.
Será que
“corremos atrás do prejuízo” tão somente para nos proteger? A palavra de
ordem é: “temos que dar uma resposta”; para quem? Para os marginais?
Para o Estado? Ou para toda a sociedade que nos discrimina? Vivemos
dentro de um sistema ineficiente tanto nas punições quanto na
pseudo-ressocialização dos criminosos. Por esta razão que grande parte
dos problemas estruturais da sociedade recai sobre os nossos ombros.
O “x” da
questão não está na ponta do sistema, mas nas causas que não são
combatidas, pois demandam políticas publicas em longo prazo, que não
estão ligadas às politicagens de se manter no poder.
Enquanto não
houver investimento em políticas de inserção social, todos nós
(policiais) devemos continuar o nosso sacerdócio, fazendo o que deve ser
feito e tendo a consciência de que somos parte vital para o equilíbrio
social. Independente da questão humanitária ou legal para criminosos, o
ponto chave da questão está em se manter vivo e não perder território em
meio a essa “guerra civil” não declarada.
Autor: Geraldo Vieira - 1º Sargento da Polícia Militar da Bahia, graduado em Ciências Contábeis e Pós graduado em Auditoria Governamental pela UFBA
Fonte: Abordagem Policial
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