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terça-feira, 10 de setembro de 2013

violação de dados

Petrobras espionada por ´interesse econômico´

10.09.2013

Para Dilma, tentativas de violação não são compatíveis com a convivência democrática
Brasília. A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, por meio de nota, que se as denúncias de que os Estados Unidos usaram aparato de espionagem para obter informações da Petrobras forem confirmadas, ficará claro que as motivações são econômicas e estratégicas.

A empresa petrolífera informou que dispõe de sistemas altamente qualificados e atualizados para proteção de sua rede de computadores FOTO: REUTERS

"Se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos", diz o texto. O Planalto diz ainda que a Petrobras "sem dúvida" não representa ameaça à segurança de qualquer país, mas sim um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.

Na nota, a presidente disse ainda que o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações "eventualmente praticadas", além de "exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, à nossa soberania e aos nossos interesses econômicos".

Dilma diz também que tentativas de violação e espionagem não são compatíveis com a convivência democrática entre países amigos. "De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas", declarou.

Proteção

A Petrobras informou ontem que dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para proteção de sua rede interna de computadores e executa todos os procedimentos reconhecidos para garantir a segurança de seus dados e informações.

"Ataques concorrenciais e (de) outros (tipos) se tornam cada vez mais complexos, o que continuará a exigir da Petrobras investimentos permanentes e significativos em tecnologia de proteção a dados e informações", disse a empresa, que pode ter sido alvo de espionagem pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), segundo reportagem divulgada domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Em nota distribuída à imprensa no fim da tarde de ontem, a empresa admitiu a possibilidade de "algum tipo de acesso a dados da Petrobras", mas não comentou se identificou vazamento de informações estratégicas. A Petrobras destacou que 90% das mensagens externas de correio recebidas pela empresa são descartadas por apresentarem características potencialmente danosas. "Tais características poderiam ter, eventualmente, possibilitado algum tipo de acesso a dados da Petrobras".

As informações internas da empresa são classificadas e tratadas com soluções tecnológicas, como criptografia, adequadas aos níveis de proteção associados ao risco de prejuízos para a Petrobras, em caso de eventual vazamento de informação.

Há uma semana, a TV Globo denunciou que as comunicações da presidente brasileira e de vários de assessores tinham sido espionadas por Washington, assim como as do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, quando ele era candidato em 2012, de acordo com outros documentos vazados por Snowden.

O governo do Brasil espera explicações de Barack Obama até amanhã, disse Dilma após reunião com o norte-americano em paralelo à cúpula do G-20 na Rússia, na semana passada.

Comissão

Integrantes da CPI da Espionagem do Senado querem ouvir Edward Snowden, o ex-técnico da NSA que vazou documentos secretos revelando que os EUA monitoram diferentes países, entre eles o Brasil. Os congressistas vão sugerir a ida de um grupo de integrantes da CPI à Rússia, onde Snowden está asilado, para que ele conte detalhes da espionagem dos EUA no Brasil.

Ministro terá reunião nos EUA

Brasília.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, conversa entre amanhã e quinta-feira com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, em Washington.

A expectativa é que Luiz Alberto Figueiredo encontre-se com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, até quinta-feira

Hoje, Figueiredo, que está em Genebra (Suíça), desembarcará nos EUA. O objetivo é cobrar pessoalmente explicações prometidas pelo presidente norte-americano, Barack Obama, sobre denúncias de espionagem à presidente Dilma Rousseff (PT), a assessores e cidadãos brasileiros. A data exata e o horário da reunião ainda estavam indefinidos. Reportagem veiculada domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, diz que a Petrobras também foi alvo de espionagem.

O governo brasileiro começou a reduzir suas expectativas sobre o teor da resposta oficial dos EUA em relação às denúncias de espionagem. Nos bastidores, auxiliares da presidente Dilma alertavam que não necessariamente a Casa Branca fará uma manifestação "satisfatória" após reunião com Susan Rice. Se o pronunciamento "satisfatório" não ocorrer amanhã, a visita de Estado a Washington em outubro permanece indefinida.

O governo dos EUA dará uma resposta por meios diplomáticos a "qualquer preocupação" brasileira relacionada às atividades de interceptação eletrônica e espionagem em seu território, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.

"Estamos de acordo que nossa relação permanece vital e que precisamos avançar em assuntos econômicos e diplomáticos, e também em outros. Por isso, atenderemos a qualquer preocupação, como já dissemos, em canais diplomáticos sobre relatórios de atividades de inteligência", disse Harf.

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