PACATUBA: DESVENDADA MORTE DE VEREADOR.
A Polícia Civil chegou a conclusão de que o político foi assassinado por seus suplentes. Os suspeitos estão presos.
Quatro
pessoas acusadas de terem participado do assassinato do vereador
Valdomiro do Nascimento de Sousa, 35, que exercia seu mandato pelo
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em Pacatuba, foram identificadas
em uma entrevista coletiva, na tarde de ontem, na Delegacia Geral da
Polícia Civil. Os suspeitos de executar o vereador já haviam sido
presos. Os autores intelectuais da morte foram capturados em suas casa,
anteontem, em uma operação, em Pacatuba.
Valdomiro
Nascimento foi morto no dia 25 de janeiro deste ano quando chegava a
seu estabelecimento comercial, na Vila das Flores, em Pacatuba. Dois
homens, que estavam em um Siena de cor branca, placas do Rio Grande do
Norte, teriam sido responsáveis pela execução.
No
decorrer das investigações a delegada titular de Pacatuba, Milena
Maciel, chegou ao nome de Nata da Silva Modesto, 28, o ´Natan´. "Uma
testemunha ocular do caso nos deu informações que renderam um retrato
falado. A imagem feita foi muito fiel e acabamos identificando o
´Natan´", afirmou.
O
suspeito foi preso no último dia 13 de março, por uma equipe da
Delegacia de Cascavel. Na ocasião da prisão, ele confessou que estava
naquele Município procurando um comparsa para praticar outro
assassinato, possivelmente no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.
"No
momento em que foi preso ele estava com a mesma roupa que usava no dia
do homicídio de Valdomiro. A prisão naquela data foi muito importante,
por que poupamos uma vida. Ele já arregimentava outro crime", disse
Milena Maciel.
Segundo
a delegada presidente do inquérito, Modesto disse ter começado a
participar de homicídios há cerca de dois anos, mas nunca tinha sido o
matador de fato, apenas se envolvia no casos. No entanto, no caso do
vereador, ele confessou ter matado Valdomiro Nascimento e, em
depoimento, teria delatado seu comparsa, identificado como Edvan
Porfírio Pinto, o ´Velho´, ou ´Veim´, 50.
"O
´Veim´ deu apoio ao ´Natan´ após o crime. Ele ajudou dando fuga ao
assassino. O carro usado no homicídio foi encontrado em poder deles",
disse a delegada.
´Veim´
já tem uma ficha criminal extensa, onde constam outras seis passagens
pela Polícia, por crimes contra a administração pública, homicídio,
roubo e tráfico de drogas.
Além
de delatar o comparsa, ´Natan´ também ajudou à Polícia a chegar aos
autores intelectuais do crime. Segundo o delegado geral da Polícia
Civil, Luiz Carlos Dantas, o primeiro e o segundo suplentes do político
assassinado planejaram toda a trama.
Suplentes
José
Cleodon Rodrigues Costa, 42, era o primeiro suplente de Valdomiro
Nascimento e, segundo as provas que constam nos autos, tramou o crime
para ficar com sua vaga na Câmara.
O
segundo suplente e presidente do PTB de Pacatuba, Bezaliel Ribeiro de
Farias, o ´Beto Ribeiro´, 34, teria ajudado nos planos que culminaram na
morte de Valdomiro. "Ele teria benefícios com a morte. Foi conivente e
participou da trama", disse Milena Maciel.
Modesto
é primo de ´Beto Ribeiro´ e estava hospedado em seu sítio, na época que
tudo aconteceu. "Por conta de um problema de família, o ´Natan´ foi
convidado pelo ´Beto´ a ir morar com ele por um tempo. Ele estava há
cerca de sete meses, em Pacatuba, e só foi embora quando matou o
vereador".
Luiz
Carlos Dantas afirmou que ´Beto´ teria também, ajudado a esconder o
criminoso. "Eles pensaram ter praticado o crime perfeito, mas graças a
um trabalho bem feito, podemos dizer que o crime foi elucidado. A
princípio, somente os quatro arquitetaram e colocaram tudo em prática",
afirmou o delegado geral.
Para
a Milena Maciel, o desenrolar das investigações chegaram a um único
ponto, que seria a motivação política. "Para nós e para o Poder
Judiciário, que já expediu prisões preventivas para os dois executores e
temporárias para os mentores, o crime teve motivação política. Não
podemos aceitar este tipo de atitude de ninguém, principalmente de
políticos, que devem dar bom exemplo à sociedade".
Os
suspeitos da execução disseram ter recebido R$ 2,5 mil para praticar o
assassinato do vereador. Os suspeitos de mandantes ainda serão ouvidos.
Os quatro implicados já estão recolhidos nos xadrezes da Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O crime causou revolta e indignação nos moradores e eleitores da cidade de Pacatuba.
Protagonistas
Acusados da trama
José
Cleodon Rodrigues da Costa, 42, era o primeiro suplente do vereador
assassinado. Segundo a Polícia, ele teria sido o mandante da execução
com o objetivo de assumir o cargo. Teve prisão temporária decretada pela
Justiça a pedido da Polícia Civil e está detido na Divisão de
Homicídios.
Bezaliel
Rodrigues de Farias, o segundo suplente, e presidente do PTB de
Pacatuba, também teria participado do assassinato do colega vereador. A
Polícia informa que ele agiu em conluio com José Cleodon para ter
benefício político. Também teve a custódia decretada pela Comarca de
Pacatuba.
Nata
da Silva Modesto, conhecido por ´Natan´, confessou ter praticado o
assassinato do político. Ao ser detido pela Polícia, no Município de
Cascavel, deu detalhes de toda a trama e, ainda, confessou que estava
ali para encontrar um comparsa com quem iria praticar um segundo
homicídio.
Edvan
Porfírio Pinto, conhecido como ´Velho´ ou ´Veim´, é suspeito de ter
tido participação no crime, ajudando na fuga do pistoleiro. Também teria
usado um veículo que acabou sendo achado pela Polícia. Conforme a
delegada, ele já possui extensa ficha criminal e teve prisão preventiva
decretada agora.
MÁRCIA FEITOSA/ESPECIAL PARA POLÍCIA
Fonte: DN
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