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sexta-feira, 28 de junho de 2013


Falta de repasse

1,6 mil pacientes podem ficar sem hemodiálise

28.06.2013

Clínicas conveniadas ao SUS que oferecem o tratamento ainda aguardam pagamento de novembro de 2012

Em Fortaleza, mais de 1,6 mil pessoas com doenças renais dependem de hemodiálise para sobreviver. Mas, devido à falta de pagamento referente ao mês de novembro de 2012 para as clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) - que fazem esses procedimentos - os pacientes podem ficar sem o tratamento a qualquer momento.

Conforme o presidente da Associação dos Pacientes Renais do Ceará, as clínicas já deixaram de receber R$ 3 milhões e passam por delicada situação financeira. Os recursos são do governo federal, mas repassados pela Prefeitura

Os locais onde estas pessoas fazem as hemodiálises recebem o dinheiro da Prefeitura que, por sua vez, apenas repassa a quantia vinda do Ministério da Saúde. No entanto, os valores transferidos pelo governo federal em novembro de 2012 não chegaram às unidades da Capital.

Segundo o presidente da Associação dos Pacientes Renais do Ceará (Asprece), Sebastião Sobreira, que também precisa de hemodiálise, o montante que as unidades deixaram de receber chega aos R$ 3 milhões. "Todos os pacientes estão temerosos porque essas clínicas são conveniadas ao SUS, e um dia, elas podem deixar de nos receber devido à falta de pagamento".

Ele acrescentou que, sem a assistência do SUS, a vida dessas 1,6 mil pessoas ficaria em risco, principalmente porque o tratamento é caro: são R$ 179 por sessão, além dos vários tipos de medicamentos e exames necessários diariamente.

"Quem está passando pela hemodiálise pode até perder uma sessão, mas se ele deixar passar duas ou mais, é certeza de óbito. Por isso, ficamos com medo dessa falta do repasse", afirmou o presidente.

Sobreira explicou que, mesmo sem receber o dinheiro, as clínicas ainda precisam comprar os materiais necessários para atender aos pacientes. Com isso, elas acabam passando por uma delicada situação financeira. "Nesses locais, o nosso tratamento é de primeira qualidade", ressalta ele.

Em busca de uma solução, comentou o presidente da Asprece, a promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, foi procurada. Então, a Prefeitura assumiu, perante a Promotoria, o compromisso de quitar o débito no último dia 10. Porém, isso não aconteceu e foi pedido uma prorrogação até o dia 20 e, mais uma vez, o compromisso não foi honrado.

Solução
Após conseguir contato, na última semana, com deputados federais, Sobreira acredita que eles vão ajudar a encontrar uma solução para o problema. "Acreditamos nos novos gestores. Sendo assim, tenho a esperança que tudo será resolvido, e ninguém será prejudicado", concluiu.

Até o fechamento desta edição, a equipe de reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não obteve sucesso.

Preocupação
"Quem está passando pela hemodiálise pode até perder uma sessão, mas se ele deixar passar duas ou mais, é certeza de óbito"

Sebastião Sobreira
Presidente da Asprece


FIQUE POR DENTRO

Procedimento substitui a função dos rins

A hemodiálise é um procedimento artificial de filtração sangüínea, que emprega como método-base a diálise. Trata-se de uma opção de tratamento para pacientes portadores de insuficiência renal aguda ou crônica, substituindo a função dos rins.

São conhecidos também como métodos de tratamento o transplante renal e a diálise peritonial. Por meio da diálise, são retiradas da corrente sanguínea todas as substâncias tóxicas e prejudiciais ao organismo, como a creatina e a ureia.

Cada sessão convencional de hemodiálise dura, em média, quatro horas.

THIAGO ROCHA
REPÓRTER


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