Brasil:Impostos a perder de vista
A sociedade brasileira nunca pagou tanto imposto quanto no ano
passado. A arrecadação de tributos federais somou nada menos que R$ 1,029
trilhão, influenciada principalmente pelo mercado de trabalho aquecido e,
também, pelo aumento da renda média do cidadão. Para
termos uma ideia desses valores, cada dia de 2012 foram recolhidos aos cofres
públicos R$ 2,8 milhões, o que significa que, a cada hora, R$ 117.495 foram
pagos em taxas. O resultado desses números é que, pela primeira vez, a
arrecadação atingiu a casa do trilhão.
O
resultado recorde representou um crescimento real de 0,7% em relação a 2011 e
poderia ser ainda maior, se a economia não tivesse tido um crescimento tão
medíocre no ano passado e se o governo não tivesse feito desonerações da ordem
de R$ 46,4 bilhões.
Tudo
somado, a carga tributária brasileira, em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB) do ano passado e somado o peso dos impostos e contribuições das três
esferas de governo (federal, estadual e municipal), ficou em 35,11%.
Ou
seja, mais de um terço de tudo o que é produzido no País pelos brasileiros
acaba indo para os cofres do governo por meio das dezenas de siglas que
infestam o bolso do cidadão. Pior: tudo isso para sustentar uma máquina pública
ineficaz, burocrática e corrupta. Muitos questionam, ainda, as desonerações
adotadas pelo governo cujo foco foi o consumo, o que acabou pressionando a
inflação sem gerar crescimento. De fato, a inflação encontra-se, hoje, muito
acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
Por
isso, mais do que nunca, faz-se necessário que a população cobre dos
governantes uma utilização correta e transparente desses recursos arrancados
por meio das mais abusivas taxas. Não dá mais para conciliar o fato de sermos
os campeões em carga tributária e, ao mesmo tempo, os últimos na qualidade do
serviço prestado.
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